Tecnologia

Municípios investem em tecnologias para reduzir desigualdades e cumprir objetivos do milênio

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Projeto Cidades que Transformam, da Enap, busca levar tecnologia para que municípios brasileiros desenvolvam ações rumo aos objetivos do milênio da ONU

Com 2,6 milhões  mil habitantes, Fortaleza é uma das cidades do Brasil com maior desigualdade social. O índice de desenvolvimento humano (IDH) apresenta resultados entre 0 e 1, levando em consideração critérios como educação, acesso à saneamento, saúde, trabalho, mobilidade, entre outros. Quanto mais perto do zero, pior o resultado. 

Na capital do Ceará, há bairros em que o índice está abaixo de 0,2; em outros, acima de 0,9. “Num território tão pequeno, é como se você saísse da Escandinávia e chegasse à África subsariana tendo essa diferença tão grande de condições socioeconômicas”, compara o  secretário adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão do município de Fortaleza, Mário Fracalossi. 

Ele é o gestor de um dos 16 projetos municipais contemplados com o programa “Cidades que transformam”, da gerência de inovação da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Na primeira edição do projeto, cuja chamada ocorreu em agosto de 2021, foram recebidas 149 propostas dos municípios. 

O propósito do projeto é capacitar os gestores públicos para desenvolver ações municipais que corroborem com o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (veja quadro). “A proposta é pensar cidades mais sustentáveis,  um consumo mais responsável, a igualdade de gênero, a redução das desigualdades, a participação democrática, o fortalecimento das instituições democráticas: o norte que a agenda 2030 nos propõe”, ponderou a coordenadora do projeto na Enap, Fernanda Machiaveli.

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A assessora do projeto de fortalecimento da rede de estratégias ODS pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Miriam Barreto, diz que os municípios ainda conhecem pouco das estratégias de desenvolvimento sustentável da ONU. Por isso, a FNP tem feito um trabalho de sensibilização dos gestores locais para criação de estratégias de governança multissetorial. “Para que eles busquem desenvolver projetos para o desenvolvimento sustentável e formem novas parcerias para captação de recursos nacionais e internacionais. Então, nosso desafio não é só sensibilizar, mas fazer com que eles incorporem os ODS na gestão municipal com participação dos múltiplos atores da sociedade civil”, diz Miriam. 

A Frente Nacional de Prefeitos é um dos parceiros da Enap no projeto Cidades Sustentáveis. A iniciativa também conta com o apoio do Pnud/ONU, Comunitas, Instituto Alziras, Agenda Pública e Delivery Associates. Agora, o projeto está na fase de capacitação dos gestores por meio de transferência de tecnologia para o desenvolvimento de métodos que ajudem os municípios a alcançarem suas metas. 

O primeiro grupo (formado por cinco municípios) começou os treinamentos em fevereiro. O segundo está previsto para junho e o terceiro para iniciar em agosto. A  Enap agrupou os projetos por eixo de atuação e semelhança. Na primeira fase, estão os projetos ligados à gestão e governança, por exemplo; na última, os projetos que propõem soluções em economia criativa. “Mais do que desenvolver uma solução pontual, a gente espera desenvolver capacidades nos municípios e competências de inovação nos participantes. Para que em outros problemas que possam surgir, eles tenham condição de, sozinhos, desenvolverem um percurso para solução. Assim, de fato, se apropriem do método para poderem replicar”, explica Machiaveli, da Enap. 

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Soluções nas cidades

É em busca desse método que a prefeitura de Fortaleza pretende aumentar a eficiência da aplicação de recursos orçamentários e estratégias de controle para redução da desigualdade no município (um dos eixos da ODS). Atualmente, cerca de 10% do orçamento da capital do Ceará é aplicado com esse objetivo, mas os gestores encontram dificuldades em medir o impacto concreto das ações. “De que forma os serviços, os investimentos, as entregas feitas pelo poder público, elas de fato estão transformando a vida dessas pessoas”, pondera Fracalossi. 

“Estamos no processo de construção desse projeto. A gente não tem ainda uma definição precisa de como ele vai se desencadear. Mas é uma expectativa nesse processo de construção coletiva para encontrar soluções que abreviem esse problema tão grave. A gente espera que, no menor prazo possível, a gente consiga transformar a cidade de Fortaleza em uma cidade de oportunidade para todos”, diz o secretário de Planejamento. 

Em Abaetetuba (PA), a prefeitura apresentou um projeto de desenvolvimento sustentável para a Vila de Beja, que completa 400 anos daqui a 13 anos. Foi onde o município começou. “Queremos estimular um turismo sustentável dentro da agenda 2030”, planeja a prefeita do município, Francineti Carvalho. A prefeitura tem grande expectativa de que as tecnologias transferidas pela Enap possam ajudar na viabilização do plano. 
 

( Com Informações: Brasil 61 )

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Empresas de telemarketing devem utilizar código 0303 a partir desta quarta-feira (8)

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A agência ainda expediu uma medida cautelar que proíbe ligações realizadas por robôs. A regulamentação foi publicada em 3 de junho, dando um prazo de 15 dias para as empresas suspenderem esse uso das chamadas robocalls

Começa nesta quarta-feira (8) o prazo obrigatório para que empresas de telemarketing usem o código 0303 em todas as ligações aos consumidores. A medida foi estipulada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como forma de coibir as chamadas abusivas e indesejadas. Com a regra em vigor, a população vai poder identificar se a ligação recebida tem o intuito de oferecer serviços antes mesmo de atender.
 
A ação está descrita em ato aprovado pela Anatel ainda em dezembro de 2021. Publicado no Diário Oficial, o texto estabeleceu dois prazos obrigatórios. A partir de 10 de março, todas as chamadas de telemarketing efetuadas pelos celulares precisaram se adequar ao prefixo. A partir deste 8 de junho, as ligações por meio de telefonia fixa também devem mostrar o número 0303 ao consumidor.

A mudança faz parte de um conjunto de medidas da Anatel para proteger a população que enfrenta problemas com essas empresas. É o caso de Iago Lins, farmacêutico do Distrito Federal. O jovem critica o excesso de chamadas que recebe e a falta de limite de horários, entre outros pontos.
 
“Não adianta você atender e dizer que não está interessado no produto, pedir para não ligar mais. Não adianta, porque eles continuam ligando. Ligando todo dia, várias vezes ao dia, em diversos horários. Não tem nem horário para ligar. E não adianta bloquear. Eu bloqueio todos os que ligam, mas acabam aparecendo mais números”, relata.

Ilegalidade

Apesar da obrigação legal em usar o prefixo 0303, a Anatel acredita que muitas empresas podem utilizar ainda números de telecomunicações que não foram atribuídos pela agência, uma forma de burlar o sistema definido. Nesses casos, quando o consumidor receber uma chamada de telemarketing sem o número inicial 0303, ele pode consultar a sua operadora e realizar uma denúncia, pois essa passa a ser uma prática ilegal.
 
O conselheiro da Anatel Emmanoel Campelo de Souza Pereira explicou o conjunto do trabalho da agência frente a essas dificuldades. “A Anatel entende que outras medidas precisam ser tomadas, outras medidas mais enérgicas precisam ser implementadas para que esse fenômeno efetivamente passe a ter um maior controle. Apesar de tudo, temos uma resistência de empresas de telemarketing, resistência de operadoras, para que essas medidas sejam de fato efetivas e que haja uma racionalidade maior nesse serviço.”
 
Para Bruna Vasconcelos Pereira, advogada com especialização em Direito do Consumidor, é preciso ressaltar que muitas dessas chamadas são não só desrespeitosas, como também ilegais. “O grande problema hoje no serviço de telemarketing são as repetitivas ligações telefônicas e a insistência na venda de serviços, mesmo quando o consumidor não manifesta interesse neles. A insistência nas ligações e na tentativa de venda são abusivas, desrespeitosas e ilegais”, ressalta.
 
A especialista pontua que essa obrigatoriedade do 0303 precisa ser complementada por outras ações, como a plataforma Não me Perturbe. “Infelizmente, a plataforma não bloqueia todos os ramos de atividades de telemarketing, como varejos e planos de saúde. Então, a utilização do prefixo irá ajudar na identificação das ligações de marketing que não são contempladas por aquela plataforma.”

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Não me Perturbe e ação contra robôs

A plataforma citada permite que a população cadastre o seu número de telefone para que ele não receba mais ligações de telemarketing das principais prestadoras de telecomunicações. Apesar de mais de 10 milhões de cadastros no site, a Anatel reconhece que outras ações devem ser tomadas em conjunto, pois as empresas ainda conseguem driblar alguns sistemas.
 
Recentemente, a agência ainda expediu uma medida cautelar que proíbe ligações realizadas por robôs. A regulamentação foi publicada em 3 de junho, dando um prazo de 15 dias para as empresas suspenderem esse uso das chamadas robocalls. Elas funcionam da seguinte maneira: os serviços de telemarketing usam uma solução tecnológica e conseguem realizar diversas ligações ao mesmo tempo.
 
Isso faz com que muitas pessoas atendam o telefone e não ouçam ninguém do outro lado da linha, pois foi um robô que fez a ligação e o funcionário da empresa provavelmente já havia conseguido contato com outro consumidor. A prática se enquadra em um “uso indevido dos recursos de numeração e dos serviços de telecomunicações”, segundo normas da Anatel.

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Punições

A Anatel pode recorrer às punições legais para empresas que continuarem com práticas abusivas, como:

  • Bloquear por 15 dias empresas que realizarem 100 mil chamadas diárias ou mais com duração de até três segundos;
  • Determinar que as prestadoras de telefonia realizem o bloqueio de chamadas que utilizem números não atribuídos pela agência;
  • Aplicar multa de até R$ 50 milhões pelo descumprimento das medidas impostas pela medida cautelar para coibir as ligações realizadas por robôs;
  • Aplicar sanções como o bloqueio do número indevidamente utilizado pelo telemarketing, sem o prefixo 0303.

Fonte: Brasil 61

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